São Paulo, 14 de Dezembro de 2.018.
Foi um ano profícuo em leituras! Essa era mesmo a meta:
chegar aos 100 livros lidos no presente ano de 2018. Nada de Condomínios! Dessa vez vou escrever
sobre alguns dos livros que li.
Li de tudo um pouco: direito, filosofia, política,
economia, ciência social, romance, poesia, biografia, jornalismo, teatro,
saúde, depoimentos, enfim, uma variedade para todos os gostos, desde coisas
sérias até frivolidades.
Vou mencionar 5 livros que recomendaria que você tentasse
ler no próximo ano. Os 3 primeiros são livros sérios, que conseguem trabalhar
com teses nem sempre hegemônicas, mas que nos fazem refletir, deixando para
você pesquisar por aí a respectiva sinopse. Não é necessário concordar com os
autores, mas vale conhecer sua lógica. Já os 2 últimos são para começar o ano
com vontade de ler.
1º. Valsa
Brasileira, de Laura Carvalho -
Sabe esses 'apertos econômicos' e arrochos que sempre vão afetar o bolso do
mais fraco e dizem que são imprescindíveis? Então, a Laura mostra que a coisa
não é bem assim, e a Miriam Leitão que nos desculpe.
2º. A Elite do
Atraso, de Jessé de Souza - O maior
problema do Brasil é a corrupção, correto? Pois é, my friend! 'Há mais coisas
entre o céu e a terra do que imagina a nossa vã filosofia' - como diria o tio
Shakespeare. Nessa obra ele tenta suplantar inclusive Sérgio Buarque de Holanda
e Raymundo Faoro. Serve para conhecer um pouco mais o Brasil.
3º. A Situação
da Classe Trabalhadora na Inglaterra, de Friedrich Engels - Cara, que livro! Realmente me deixou impressionado
porque é um relato histórico de 1845 que infelizmente lhe permite fazer
diversos parâmetros com a situação do mundo ainda hoje, em plena era da
informação. Mas leia a edição com a tradução de B. A. Schumann, da Editora
Boitempo.
4º. Città di
Roma, de Zélia Gattai - É um livro de
memórias, escrito daquela forma delicada que só a Zélia sabia escrever,
contando um pouco mais da família anarquista, do Brasil do começo do século
passado (quando criança ela morava com a família numa casa da Al. Santos, perto
da Rua da Consolação - agora quando passo lá fico tentando imaginar onde ela
morava), um livro leve para as férias que se avizinham e para que você se sinta
estimulada a ler.
5º. A Sangue
Frio, de Truman Capote - Um relato
jornalístico com umas pitadas de literatura (?!) que mais parece um filme de
aventura, daqueles que quando você percebe já terminaram, contando a história
real de uma família cruelmente assassinada nos Estados Unidos. Onde mais?
Mas se você quiser outras dicas, também li
"Carcereiros" e "Prisioneiras"
, ambos do Drauzio Varella, sendo que gostei muito
do segundo, que conta como foi criada aquela organização criminosa tão
conhecida em São Paulo. "Navegação de Cabotagem", do Jorge Amado, me fez rir muito e é
também um livro de memórias, onde ele conta as pegadinhas que fazia aos amigos,
suas histórias pelo mundo, sem medo de falar palavrões o livro todo. "A
Amiga Genial", de Elena Ferrante (a
escritora que ninguém sabe quem é) é tão bom que virou uma série italiana da
Netflix, ops! Digo, HBO. "Os últimos soldados da Guerra Fria", do
jornalista Fernando Morais, conta a
história dos espiões mandados por Cuba, com seus parcos recursos, à Flórida,
num estilo James Bond. "A vida não é justa", da juíza Andréa Pachá, mostra que não basta ser
um operador do direito, há também que se conhecer um pouco da psicologia
humana. São histórias de audiências da Vara de Família, sem necessidade de
conhecimento técnico para a leitura.
Qualquer um desses livros acima também é diversão
garantida e com certeza lhe será mais proveito do que passar horas e horas em
redes sociais e grupos que não fazem sentido algum - a vida vai sendo roubada
sem nos darmos conta.
No próximo ano retorno com temas relativos ao direito
condominial. Aproveito para desejar boas festas e que o próximo ano seja melhor
do que esse que está terminando.
Joel dos Santos Leitão
OAB/SP nº. 173.186